1ª despesca na Comunidade Ascenção no Lago Sapucuá
Um quarto da produção pesqueira comercializada no Brasil é da região amazônica, segundo dados do Ibama. A indústria pesqueira processa uma grande quantidade de pescado para vários lugares do mundo.
Esse tipo de atividade de pesca também acontece na calha do lago Sapucuá, Rio Trombetas e seus adjacentes, envolvem muitas pessoas, que realizam ações diferentes. Uns pescam, outros fazem o processamento do pescado, outros comercializam, além do consumidor, que compra o pescado. Esse conjunto de ações dentro da atividade da pesca é conhecido como cadeia produtiva.
Na área da Acomtags, no município de Oriximiná, no Oeste do Pará, essa atividade vem sendo desenvolvida há muitas décadas, mas atualmente, com a captura desordenada desses animais aquáticos, a escassez tornou-se muito visível às famílias que sobreviviam economicamente dessa atividade.

O sindicato Rural ao perceber essa problemática nessas áreas tratou de reunir com os comunitários, e os alertou sobre os motivos que estava levando ao desaparecimento das espécies tão apreciadas por eles mesmos, como: o Tambaqui, o Pacú, o Pirarucu e outros.

Com esse alerta, os ribeirinhos começaram a se despertar e foram em busca de ajuda. O Sindicato em parceira com outras Associações do Lago Sapucuá foram os primeiros a incentivá-los a aderirem a uma nova modalidade de cultura, chamada de cultivo de peixes, onde o ribeirinho poderia trabalhar com o sistema de tanques-rede ou gaiolas. Tratava-se da criação intensiva que o resultado final seria uma alta produtividade para essas comunidades.

De início, apenas as comunidades Aimim e Ascensão, na Gleba Sapucuá, incentivadas pelo STTRO, ASCOM e ACPLASA, aderiram ao projeto de criação de peixes em tanques-redes. No geral são estruturas retangulares que flutuam na água e confinam peixes em seu interior. Esse equipamento é constituído basicamente por flutuadores, que sustentam submersos na água redes de náilon, plásticos perfurados, arames galvanizados revestidos com PVC ou ainda telas rígidas.

O resultado dessa nova atividade foi satisfatório, animando outras comunidades como: Axipicá, Castanho I, Camixá e Caipuru de Fora, ambas no Médio Trombetas e por ultimo na Comunidade da Casinha, no Lago do Sapucua. Em 2008, numa parceria entre prefeitura e STTRO foram entregues 11 tanques rede, beneficiando mais famílias nesse projeto.

A cada ano que passa a piscicultura em Oriximiná se fortalece, e a medida que mais famílias aderem ao projeto, mais comunidades se fortalecem economicamente, além terem de volta, os peixes que já estavam desaparecendo dos seus rios e lagos.

Atualmente a Acomtagues vem trabalhando com o apoio da Mineração Rio do Norte, Sagri, Emater e STTRO. Além disso, ainda vem estudando parcerias com as Universidades Federais, como a UFF e UFPA.

Texto:Salete Marinho

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